Médicos expõem pacientes em redes sociais - 20/08/2014 - Equilíbrio e Saúde - Folha de S.Paulo
www1.folha.uol.com.br • January 09, 2018
Médicos e outros profissionais da saúde registram cada vez mais suas rotinas nas redes sociais. O problema é que, frequentemente, expõem também os pacientes, algumas vezes em situações constrangedoras.
No aplicativo de paquera Tinder –em que os usuários exibem uma seleção de fotos para atrair a atenção do potencial pretendente–, é possível encontrar imagens de profissionais em centros cirúrgicos, UTIs e outros ambientes hospitalares.
Em busca feita pela reportagem, foram encontradas fotos em que era possível ver o rosto dos pacientes, incluindo de um homem sendo operado e uma criança que fazia tratamento contra um câncer.
"Colocar foto de jaleco e dentro do hospital é 'imã de mulher' no Tinder", diz um médico de 30 anos da rede pública de São Paulo que costuma usar o aplicativo.
Ele diz que já usou uma foto sua operando, mas agora tem apenas imagens em que não é possível identificar outras pessoas ou a instituição de saúde em que trabalha. "Fiquei com medo de que desse problema", explicou. [...]
Mesmo com o veto dos conselhos, o vazamento de imagens de pacientes é comum, inclusive em casos de grande repercussão.
Circulam na rede fotos do menino que teve o braço atacado por um tigre no Paraná, antes e depois da amputação. A polícia de Cascavel (PR) disse que pretende investigar o vazamento das imagens.
Também vazou um vídeo do jogador Neymar dando entrada no hospital pouco após se lesionar na Copa do Mundo, gravado por uma enfermeira que se identificava nas imagens e acabou sendo demitida depois. [...]
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2014/08/1503001-medicos-expoem-pacientes-em-redes-sociais.shtml
TEXTO 2
“Fui ao dentista para um “tratamento de canal”. Digo que prefiro sem anestesia -o que tem sido minha escolha, em todos os atendimentos dentários anteriores. A dentista não aceita minha solicitação e se recusa a fazer o tratamento. Era necessário seguir o protocolo e a anestesia era, segundo ela, imprescindível para um trabalho de qualidade.
Argumentei que fazia parte da qualidade do cuidado a aceitação por parte dos pacientes dos procedimentos propostos e que os procedimentos técnicos não deveriam ser os únicos critérios a serem considerados por um protocolo. Acrescentei que esta era uma discussão contemporânea e que o paciente era soberano na escolha de como gostaria de ser cuidado.
Ela replicou dizendo que eu podia fazer este discurso para os meus alunos na Faculdade, mas que ali a decisão de como fazer pertencia a ela, e disse que se fosse esta minha escolha ela não faria o atendimento e me encaminharia para outro profissional.
Optei em ficar, não quis adiar mais o tratamento, e manifestei que aceitava a regra dela sob protesto.
Fonte: http://agenciabula.com.br/index.php/2016/06/03/de-quem-e-meu-dente-um-olhar-sobre-autonomia-paciente-na-saude/